V - O PAPA + A CARTA + O LIVRO XVII - A ESTRELA + A ESTRELA (Witches Tarot + Piatnik Lenormand) |
Estamos sob o signo de Capricórnio e é um signo em que as
pessoas procuram, a todo custo, terem provas sobre aquilo em que acreditam.
Antes de eu continuar, eu aviso novamente: não sou astróloga e não estudo, sou
observadora.
Quem leu o texto que fiz falando sobre o arcano V – O PAPA,
viu as diferenças que apresentei sobre quem se coloca como ofício de ensinar e
orientar os outros. Vocês vão entender o porquê desta introdução e a escolha
das cartas na imagem.
Conversando com duas amigas em separado, tive a oportunidade
de contar a elas um fato interessante e que vem muito a calhar para o momento. O
fato que apresentei a elas foi sobre a constatação da lógica (leitura através de um método) x a espiritualidade. Utilizar métodos que estudamos e que possuem comprovações (até
mesmo científicas), regras e normas é uma forma de conseguirmos explicações
plausíveis sobre aquilo que duvidamos ou não acreditamos. Mas, e quando a
realidade se mostra completamente diferente daquilo que foi estudado durante
anos, séculos?
O caso é de uma pessoa que foi taxada pelas “logias” de que
não possui espiritualidade alguma, muito menos uma forma de poder expressá-la,
sendo até colocada como sem intuição e, por conseguinte, sem o dom da
mediunidade. Também foi negado o fato de conseguir ler e interpretar um
oráculo. E então, a pessoa em questão foi participar de um ritual espiritual e
tudo fluiu, inclusive a constatação do dom da incorporação.
Quero lembrar que a pessoa em questão nada sabe do que foi
taxado sobre ela. Logo, tudo o que aconteceu foi verdadeiro – eu estava lá.
Inclusive, eu estava presente nos momentos em que a mesma pessoa conseguiu ler
e interpretar um oráculo de maneira tranquila. Então, onde que as cartas, a
Astrologia, as análises das pessoas erraram para determinar sobre a espiritualidade
desta pessoa?
Eu não sei! O que sei é que eu fiz o caminho inverso de
muitas pessoas em busca de respostas espirituais. Quando uma determinada
religião não mais cabia dentro de mim, quando ela não tinha respostas
plausíveis para o que eu sentia, tendo noção de que a minha espiritualidade era
genuína, procurei por um sistema que se adequasse àquilo em que eu acreditava,
trazendo ainda mais esclarecimentos sobre minhas dúvidas. Eu não nasci no
Candomblé, mas eu procurei por ele – ou os orixás me chamaram de alguma forma
e, sem perceber, segui a esse chamado intuitivamente e até hoje sou feliz
nisso.
Muitas pessoas procuram um sistema religioso que tem por
escrito os ensinamentos para poder justificar o que não consegue ter
explicação. O problema é quando a lógica impera e, para poder acreditar em
certas coisas, se apegam àquilo que possui um sistema de confirmação. Podem
entender este sistema como livros com normas de condutas ou até mesmo os
sistemas de oráculos e leituras, como a própria Astrologia e a Cartomancia. Mas são pessoas que, no fundo, possuem um medo sobre aquilo que não tem controle e não pode ser previsto e nem explicado.
Eu presencio, todos os dias, milagres. Nesses anos em que eu
conheço o Candomblé não só como iniciada, mas como frequentadora, vi milagres
acontecendo. Coisas que as pessoas e as “logias” diziam “não vai acontecer”, “não
tem como mudar” e as coisas mudam. A entrega para a verdadeira Espiritualidade deve ser feita com amor, e não porque quer resolver problemas ou precisa ter segurança mental sobre o que acredita que é invisível.
Portanto, detenham-se ao seguinte princípio: não existem
regras para a Espiritualidade. Quem gosta de impor regras será sempre o ser
humano para querer ter explicação para tudo.
Desta forma, ainda afirmo: eu uso a intuição em minhas leituras. Há coisas inexplicáveis que vão além das normas e dogmas dos arcanos. Eu estudo, eu leio, eu debato com outros profissionais sobre a forma de interpretar. Mas, na hora da consulta, eu deixo fluir o que a Espiritualidade me concedeu para que eu chegue muito mais próxima do coração de quem me procura em busca de orientação e esclarecimento.
Em um único dia, três pessoas me disseram: "Você foi a luz que eu precisava". Porque é importante ir além dos símbolos... Porque é importante ir além das regras... Porque é importante deixar de lado conceitos e críticas... Porque é importante despir-se de tudo para poder ver e sentir o que é essencial. Confiança, esperança e fé!
Carolina d'Oguian
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