segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

LÓGICA X ESPIRITUALIDADE

V - O PAPA + A CARTA + O LIVRO
XVII - A ESTRELA + A ESTRELA
(Witches Tarot + Piatnik Lenormand)


Estamos sob o signo de Capricórnio e é um signo em que as pessoas procuram, a todo custo, terem provas sobre aquilo em que acreditam. Antes de eu continuar, eu aviso novamente: não sou astróloga e não estudo, sou observadora.

Quem leu o texto que fiz falando sobre o arcano V – O PAPA, viu as diferenças que apresentei sobre quem se coloca como ofício de ensinar e orientar os outros. Vocês vão entender o porquê desta introdução e a escolha das cartas na imagem.

Conversando com duas amigas em separado, tive a oportunidade de contar a elas um fato interessante e que vem muito a calhar para o momento. O fato que apresentei a elas foi sobre a constatação da lógica (leitura através de um método) x a espiritualidade. Utilizar métodos que estudamos e que possuem comprovações (até mesmo científicas), regras e normas é uma forma de conseguirmos explicações plausíveis sobre aquilo que duvidamos ou não acreditamos. Mas, e quando a realidade se mostra completamente diferente daquilo que foi estudado durante anos, séculos?

O caso é de uma pessoa que foi taxada pelas “logias” de que não possui espiritualidade alguma, muito menos uma forma de poder expressá-la, sendo até colocada como sem intuição e, por conseguinte, sem o dom da mediunidade. Também foi negado o fato de conseguir ler e interpretar um oráculo. E então, a pessoa em questão foi participar de um ritual espiritual e tudo fluiu, inclusive a constatação do dom da incorporação.

Quero lembrar que a pessoa em questão nada sabe do que foi taxado sobre ela. Logo, tudo o que aconteceu foi verdadeiro – eu estava lá. Inclusive, eu estava presente nos momentos em que a mesma pessoa conseguiu ler e interpretar um oráculo de maneira tranquila. Então, onde que as cartas, a Astrologia, as análises das pessoas erraram para determinar sobre a espiritualidade desta pessoa?

Eu não sei! O que sei é que eu fiz o caminho inverso de muitas pessoas em busca de respostas espirituais. Quando uma determinada religião não mais cabia dentro de mim, quando ela não tinha respostas plausíveis para o que eu sentia, tendo noção de que a minha espiritualidade era genuína, procurei por um sistema que se adequasse àquilo em que eu acreditava, trazendo ainda mais esclarecimentos sobre minhas dúvidas. Eu não nasci no Candomblé, mas eu procurei por ele – ou os orixás me chamaram de alguma forma e, sem perceber, segui a esse chamado intuitivamente e até hoje sou feliz nisso.

Muitas pessoas procuram um sistema religioso que tem por escrito os ensinamentos para poder justificar o que não consegue ter explicação. O problema é quando a lógica impera e, para poder acreditar em certas coisas, se apegam àquilo que possui um sistema de confirmação. Podem entender este sistema como livros com normas de condutas ou até mesmo os sistemas de oráculos e leituras, como a própria Astrologia e a Cartomancia. Mas são pessoas que, no fundo, possuem um medo sobre aquilo que não tem controle e não pode ser previsto e nem explicado.

Eu presencio, todos os dias, milagres. Nesses anos em que eu conheço o Candomblé não só como iniciada, mas como frequentadora, vi milagres acontecendo. Coisas que as pessoas e as “logias” diziam “não vai acontecer”, “não tem como mudar” e as coisas mudam. A entrega para a verdadeira Espiritualidade deve ser feita com amor, e não porque quer resolver problemas ou precisa ter segurança mental sobre o que acredita que é invisível.


Portanto, detenham-se ao seguinte princípio: não existem regras para a Espiritualidade. Quem gosta de impor regras será sempre o ser humano para querer ter explicação para tudo.

Desta forma, ainda afirmo: eu uso a intuição em minhas leituras. Há coisas inexplicáveis que vão além das normas e dogmas dos arcanos. Eu estudo, eu leio, eu debato com outros profissionais sobre a forma de interpretar. Mas, na hora da consulta, eu deixo fluir o que a Espiritualidade me concedeu para que eu chegue muito mais próxima do coração de quem me procura em busca de orientação e esclarecimento.

Em um único dia, três pessoas me disseram: "Você foi a luz que eu precisava". Porque é importante ir além dos símbolos... Porque é importante ir além das regras... Porque é importante deixar de lado conceitos e críticas... Porque é importante despir-se de tudo para poder ver e sentir o que é essencial. Confiança, esperança e fé!

Carolina d'Oguian

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